ARTIGO/CIRURGIA
PLÁSTICA
DR. ANTONIO CARLOS ROMA JUNIOR
FOTO:
MILTON FLÁVIO
PRÓTESES DEVEM SER TROCADAS APÓS DEZ ANOS?
Após alguns anos da colocação dos implantes, as mulheres se veem diante de uma grande dúvida. Quando devo fazer a troca dos meus implantes?
Estima-se que,
atualmente, a vida útil dos implantes mamários de última geração (gel de
silicone coesivo) seria de 10 a 15 anos, sendo que, após o período de dez anos,
há um aumento na ocorrência de contratura capsular (dobras que o corpo provoca
no implante), pequenas rupturas na sua estrutura e, dependendo da intensidade
dessas alterações, haverá necessidade da troca da prótese de mama.
Essa é a origem de
uma ideia bem conhecida: "Devo trocar minha prótese após dez anos?".
As “Sociedades Brasileira e Americana de Cirurgia Plástica” não estipulam uma
data ideal para a troca do implante, deixando a substituição a critério do
cirurgião, assim como as principais empresas do mercado, como “Silimed”,
“Mentor”, “Eurosilicone”, “Natrelle”. Elas apenas dizem, nos seus termos de
garantia, que os seus implantes não são permanentes, com algumas indicando a
troca a partir dos dez anos. Porém, mesmo nesses casos, as empresas afirmam que
não há indicação científica de que a troca deve ser com dez anos, sendo apenas
uma sugestão.
Hoje o que se
utiliza como referência para a indicação, ou não, da troca é um conjunto de
vários fatores. Se após dez anos, durante as consultas de acompanhamento com
cirurgião plástico e a realização de exames radiológicos (ultrassom/ressonância
magnética), não for identificada contratura capsular intensa, não houver
problemas com a estrutura da prótese, como ruptura da sua cápsula, não há uma
necessidade imediata da retirada da prótese após dez anos. Nesses casos, quando
é realizada a substituição dos implantes, normalmente, a troca é feita por
motivos estéticos, como para a correção da queda natural que as mamas
apresentam com o passar dos anos e após gestações, ou devido à vontade de
realizar a troca do volume das próteses. Já as pacientes que continuam
satisfeitas com o resultado da sua cirurgia podem manter o acompanhamento
periódico com seu cirurgião e programar para depois a troca dos implantes.
A técnica a ser
utilizada durante o novo procedimento para a troca é variável, podendo ser
realizada pela incisão anterior ou serem necessárias novas abordagens,
dependendo do objetivo e do caso. Uma das coisas que não se altera entre todas
as situações é a necessidade de retirada das fibroses e da cápsula formada na
prótese da primeira cirurgia, para permitir resultados mais estáveis e
duradouros. Já a necessidade de troca do tipo do implante, cobertura
texturizada ou poliuretano, assim como o plano de inclusão, subglandular, ou
submuscular deve ser analisado caso a caso.
Claro que a decisão
de realizar uma nova cirurgia envolve muitos fatores, além desses já citados.
Por isso, é importante que, para retirar todas as suas dúvidas, seja agendada
uma consulta com um cirurgião plástico experiente na realização desse tipo de
procedimentos, que seja membro da “Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica”.
Dr. Antonio Carlos
Roma Junior - Cirurgião Plástico
Membro da “Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica”
Membro internacional da “American Society of Plastic Surgeons"